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Redefinindo as normas do local de trabalho

Os últimos 50 anos de trabalho foram definidos por padrões previsíveis que envolvem quem está fazendo o trabalho, onde ele ocorre e quando ocorre. Embora esses padrões tenham sido afetados por avanços tecnológicos, demográficos, mudanças e normas sociais emergentes, COVID-19 acelerou a chegada de novas formas de trabalho.

Inicialmente a maioria das organizações resistiram às inevitáveis ​​reformas que acompanharam a crise, no entanto, praticamente todas elas acabaram aceitando que muitos trabalhos podem ser feitos em qualquer lugar e por quase qualquer pessoa treinada.

Estima-se que 2,7 bilhões de pessoas, ou 80% da força de trabalho global, foram afetadas pelas ações para conter a pandemia de COVID-19 (Labour Organization, ILO: COVID-19 causes devastating losses in working hours and employment, April 7, 2020). Há uma percepção crescente de que os modelos tradicionais de operação não serão mais suficientes.

REI, uma varejista de equipamentos para atividades ao ar livre, anunciou que venderia sua nova e nunca usada sede corporativa (Paul Roberts and Katherine Khashimova Long, “REI to sell its never-used Bellevue headquarters and shift office work to multiple Seattle-area sites,” The Seattle Times, Aug 12, 2020). O motivo é simples: não era mais necessário e irá economizar dinheiro significativo, enquanto isso a empresa procura maneiras de suportar o impacto econômico do coronavírus.

De acordo com uma recente Pesquisa do Gartner, esta não é uma mudança temporária que voltará para o pós-pandemia “normal”, pois 82% dos líderes de empresas planejam permitir que os funcionários trabalhem remotamente, pelo menos em tempo parcial, no futuro pós-pandemia (Gartner, “Gartner Survey Reveals 82% of Company Leaders Plan to Allow Employees to Work Remotely Some of the Time,” press release, July 14, 2020).

Embora seja fácil apontar a tecnologia como o capacitador do novo ambiente de trabalho em casa, a verdade é que a nossa mentalidade é o componente crucial para a aceitação a longo prazo deste novo modelo. A reação visceral que normalmente acompanha o pedido para permitir que as pessoas trabalhem remotamente, pressupõe que eles irão ser menos produtivo e mais sujeito à preguiça.

A realidade é bem diferente, segundo Natalia Emanuel e Emma Harrington, candidatos a doutorado em economia em Harvard (Emma Harrington and Natalia Emanuel, ‘Working' Remotely? Selection, Treatment, and Market Provision of Remote Work, Harvard University, Nov 12, 2020). Elas avaliaram funcionários do call center de uma empresa varejista Fortune 500 e descobriram que a produtividade aumentou de 8% a 10% em trabalhadores remotos versus no local.

Ao passar dos anos a tecnologia evolui e a automação vem substituindo diversas funções de trabalho, sejam industriais, administrativas ou serviços, assim, o trabalho manual vem diminuindo e o que sobra é um trabalho que requer um conjunto de habilidades verdadeiramente humanas, incluindo pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, comunicação e até mesmo compaixão.

Migrar para essas novas funções e responsabilidades tem sido possível, também, por causa de novas tecnologias e sistemas em nuvem que permitem a força de trabalho manter a conectividade e colaboração ininterrupta.

Dispositivos móveis, Internet, sensores, Internet das Coisas (IoT) e plataformas de vídeo estão sendo alimentadas por 5G, enquanto o equilíbrio trabalho / vida se transforma em trabalho / vida / integração.

Podemos examinar a vida pessoal de nossos colegas através das ligações em sistemas de reuniões virtuais e percebemos que eles têm filhos, animais de estimação e um estilo de decoração que não teríamos adivinhado. Enquanto isso, o mundo se afasta dos modelos tradicionais de 8 às 5, segunda-feira até sexta-feira, no local e com acordos de trabalho em tempo integral, e está indo em direção de semanas de trabalho de dias mais ou menos dias conforme a necessidade, trabalhos temporários de qualquer lugar e as vezes até pagamento diário.

À medida que a pandemia acelerou, também acelerou a adoção de novas tecnologias e modelos operacionais, cerca de 25 vezes mais rápido, de acordo com uma pesquisa recente da McKinsey (McKinsey & Company, How COVID-19 has pushed companies over the technology tipping point—and transformed business forever, Oct 5, 2020), o que acelerou a transformação digital do local de trabalho. Praticamente todo o trabalho pode ser capturado em um formato computadorizado, o que oferece oportunidades infinitas para a elevação de como o trabalho acontece.

Ao agregar a grande quantidade de dados agora disponíveis, as organizações podem prever, prescrever e orquestrar o trabalho em um formato baseado em evidências. Como as empresas admitem que sua capacidade de aproveitar o poder dos dados é a chave para a sustentabilidade, o reservatório de dados mais intrigante está agora, sem dúvida, em seus sistemas de RH e nos sistemas que podem disponibilizar as informações corretas, mais atualizadas, em qualquer lugar, a qualquer momento para os Recursos Humanos adaptados a este Novo Mundo do Trabalho.

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